domingo, 30 de dezembro de 2012

— Ah, bem. Mas essa moça era meio doida, não era?
— Doida por quê, guri?
— Ih, esse negócio de beijar retrato e só doido que faz.
Ela explicava, sorrindo — um sorriso diferente dos que costumava sorrir: 
— Não, gurizinho. Quando a gente gosta mesmo duma pessoa, a gente faz essas coisas. 
Calou um momento, depois acrescentou:
— Faz até pior.

(Caio Fernando Abreu)

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