domingo, 1 de junho de 2014

Dava pra sentir a perna cambalear cada vez que eu pegava no celular e via claramente o que não tinha: nenhuma mensagem ou ligação perdida. Engraçado como dói perceber que alguém não se importa com você. Quer dizer, não é qualquer dor de coração partido. Essa parece que dói bem mais, como se você tivesse mil corações sendo partidos ao mesmo tempo, bem dentro de você. É pesado, pode acreditar. E me pesava muito também. Eu fechava os olhos e torcia pra não abrir mais. Tinha vontade de sair pela rua perguntando pras pessoas o que é que eu tinha de errado, porque diabos não era correspondida e coisa e tal. Afinal, será que eu não valia nenhum esforço? Não despertava nenhum medo de perder pela ausência, nada? É difícil entender todo esse lance da não reciprocidade quando você tem tudo pra tudo dar certo. Era difícil de entender e de absorver também. Aquilo tudo ficava entalado bem no meio do peito, um incomodo doloroso e sem fim. Pra falar a verdade, o fim só chegou quando me dei conta de que eu tava me importando com alguém que não se importava. Dá pra entender? É tão simples, mas a gente custa a perceber. Eu tava tentando dar um mega de um presente pra alguém que tinha fobia de embrulho. Grande perda de tempo. Passei boa parte dele achando que o problema era meu, enquanto, na verdade, o caminhão do cara que era pequeno demais pra mim. Dá pra extrair uma boa risada quando a gente se dá conta disso tudo. Bom, grandes caminhões, organizem a pista, respeitem as sinalizações e não avancem o sinal – a vez será do melhor.

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