“Sentir-se
amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua
felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere
caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá
uma sacudida em você, caso você esteja delirando. “Não seja tão severa consigo
mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho”. Sentir-se amado é
ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar
reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está
triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma
tempestade em copo d´água. “Lembra que quando eu passei por isso você disse que
eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem
aqui, tira este sapato.” Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que
não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele
que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se
amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe
assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se
sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a
relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem
não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda,
mas escuta. Agora sente e escute: eu te amo não diz tudo.”
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