terça-feira, 22 de abril de 2014

Os cientistas deveriam estudar, a fundo, os efeitos terapêuticos de um pé na bunda sob as mulheres. Deveriam passar receitas prescrevendo isso como remédio e cura, por aí. Colar cartazes pelas esquinas: Devolvo o amor-próprio em 3 dias. Já vi cada milagre, que até Deus duvida. E não tem erro: quando encontrar aquela conhecida que sempre foi sem sal, de cabelo enorme-sem-corte e roupas escolhidas no escuro e ela estiver com o cabelo repicado, meio loiro e decotão, amigo, o namoro de anos foi por água abaixo! É sofrer, superar e sambar, a sequência dos "3 esses", podendo variar a ordem dos últimos dois, sem alteração no produto final. A dor de cotovelo esmaga a preguiça e matricula qualquer uma na academia, com o maior foco do universo. Os batons de tons fortes se jogam nas bolsas e emolduram divinamente as pragas e desaforos: "Não deu certo porque ele só uma criança e eu não tenho tempo pra construir caráter de ninguém" ou "Ele vai terminar com uma psicopata e vai lembrar de mim todos os dias da vida dele, ah vai!". Não subestimo uma mulher recém abandonada. Nem julgo, muito pelo contrário. Cada um sabe a intensidade da sede de vingança que tem. Água não se nega a ninguém, que se vinguem. Que passem na frente dele de salto alto e braços dados com algum boy magia que não sabe nem concordância verbal, mas de boca fechada é um semi-deus. Que se renovem. Um nó na garganta é muito difícil de ser desfeito. Valorizo todas as tentativas, que mesmo vazias, são muito melhores do que se entregar pra dor. Nenhum sentimento é mais poderoso do que o "ele vai ver o que perdeu! E vai se arrepender pelo resto da vida". Nenhuma mudança é tão radical do que as que são frutos da rejeição- e não me refiro só a mudanças físicas. Uma nova mulher. Tantas novas mulheres, depois de cada fim. Amadurecimento temperado com água e sal. Tanto choro engolido, que a gente termina um pouco salgada também. Males que vem pra bem. Tanto esforço tentando virar mulher demais pra ele, que a gente vira mulher demais pra meio mundo. E, um dado momento, quando ele passar, nem precisa respirar fundo. Porque isso não é mais sobre um cara. É sobre a nova cara da vida, muito mais colorida, diante da nova você.

Marcella Fernanda

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