Outro dia ouvi uma amiga reclamar sobre os
problemas do relacionamento dela. Os ataques de ciúme por coisas bobas, que presente
dar de Natal, que roupa usar na festa de família, e por aí vai. De primeira
pensei “nossa, que chato, já tinha me esquecido como é se preocupar com esse
tipo de coisa.” Conforme as horas foram passando e fomos conversando sobre o
assunto, fui notando que conforme ela contava os
motivos para o incômodo, eu sempre conseguia rebater de forma que ela se
sentisse feliz e com sorte de poder estar passando por aquilo. Logo eu, que
estou sozinha há um tempo, sem ter com quem partilhar esses momentos, levava a
ela milhares de razões pra ela achar o máximo poder enfrentar cada tipo de
situação que no início a incomodava. Notei que sem perceber, ela estampou um
sorriso gigante de ponta a ponta. Assim, do nada. Estranhei. Perguntei o porquê
do sorriso se no início da conversa só faltava uma arma ou luvas de boxe. E ela
me respondeu: “Ter namorado é bom. Me sinto amada e segura. Mas nada no mundo
se compara a ter amigos de verdade.” E dessa vez, o tal sorriso gigante
apareceu no rosto de quem? Isso mesmo, no meu. Percebi que namorar é incrível,
mas não é tudo. Percebi que por mais que a gente se sinta carente e sozinha
muitas vezes, não estamos. E que não existe fase boa que dure a vida toda, nem
fase ruim que nunca se acabe. Mas a amizade mesmo, se for construída com a
cumplicidade e sinceridade necessárias, consegue ultrapassar todas essas
barreiras. Sei que daqui há alguns anos a preocupação com os ciúmes e presentes
podem ser comigo. O namorado até pode mudar, mas na hora de pedir conselhos
alguém tem dúvida de quem vou procurar? Bom, ela sabe.
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